Fonte: Cietec
Há dez anos a farmoquímica Alpha BR foi criada dentro da incubadora do Cietec (Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia), na USP (Universidade de São Paulo). Há quatro virou autossuficiente, ampliando o faturamento inicial de R$ 8.000 para mais de R$ 1 milhão ao ano.
Também chamadas de centros de inovação, as incubadoras funcionam como um local de "gestação" para o empreendedor ainda pouco familiarizado com os meandros empresariais.
Elas oferecem suporte que inclui assessorias jurídica, de comunicação e de gestão, apoio para a venda dos produtos e para a aquisição de aporte bancário, além de um miniescritório.
"Com espaço físico garantido e gama de serviços ao redor, priorizei o crescimento do negócio", diz o sócio William Carnicelli, 59.
A Alpha BR está entre os 2.509 empreendimentos que foram abrigados por uma das 384 incubadoras no Brasil. Hoje, há 2.640 em fase de incubação. Somados, geram R$ 4,6 bilhões por ano.
Os dados são de estudo feito pela primeira vez pela Anprotec (Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores) com o Ministério da Ciência e Tecnologia, e obtido com exclusividade pela Folha.
Na contramão do aumento do número de interessados no modelo, a quantidade de incubadoras, que teve pico entre 2004 e 2008, sofreu estabilização nos últimos cinco anos, afirma Francilene Garcia, presidente da Anprotec.
O mercado nem sempre é receptivo quando os incubados conquistam autonomia. "Achavam que meu negócio era imaturo e logo morreria", lembra Guilherme Bernard, 47, da Reason Tecnologia.
Parceria com organização renomada e aporte financeiro promovem saída do 'fundo de quintal'
Orientar os jovens empresários é o principal objetivo das incubadoras. Além disso, para muitos, contar com uma instituição de renome nos bastidores representa mais facilidade na obtenção de crédito e conquista de parceiros.
Pesquisa divulgada em fevereiro pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) aponta que 74,6% das incubadoras identificam oportunidades de negócios para os seus afilhados (veja mais abaixo).
"Para uma companhia nova no mercado, levar o nome de uma instituição transmite credibilidade aos clientes que temiam a falta de profissionalização", afirma Vitor Andrade, coordenador da incubadora de Pernambuco C.A.I.S do Porto.
Foi por meio da Raiar (Incubadora Multissetorial de Empresas de Base Tecnológica) que Rodrigo Hommerding, 25, sócio da Home Manager, firmou parceria com uma empresa de grande porte para revender produtos de automação residencial, como sensores de presença que ligam ou desligam sistemas.
"Não somos uma empresa pequena que produz no fundo do quintal", frisa o empresário, que está incubado desde agosto de 2011.
REFERÊNCIA
Padrinho das empresas incubadas, Sérgio Risola, gerente do Cietec (Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia), garante que negocia com bancos e indica os jovens empreendedores às organizações que querem conhecer a entidade.
"Recebemos mensalmente cerca de 550 visitas de representantes de empresas interessadas em desenvolver parcerias e compartilhar tecnologia", contabiliza.
Com o suporte do Cietec, o fisioterapeuta Marco Fabio Coghi, 40, acabou de lançar o Cardio Emotion, que mede e regula o nível de estresse pelo computador.
A incubadora propôs ao empresário que contasse com a ajuda de psicólogos. A ideia é que eles vendam o Cardio Emotion aos pacientes.
"Sem o Cietec, certamente terei menos receptividade", argumenta o fisioterapeuta, que promete o fim da dor de cabeça contemporânea.