terça-feira, 6 de setembro de 2011

Encontro discute caminhos do Empreendedorismo e da inovação em Minas

Para promover e tornar a inovação mineira forte, é preciso fomentar as interações entre governo, universidade e empresa

Fortalecer o empreendedorismo inovador, desenvolver e consolidar as incubadoras de empresa e parques tecnológicos de Minas Gerais. Este é o principal objetivo da III Reunião Anual da Rede Mineira de Inovação, realizada entre os dias 29 e 30 de agosto, no Centro de Convenções da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop). Instituições parceiras e associadas, entre elas, o Governo de Minas – por meio da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes), o Serviço Brasileiro de Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae-MG), a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), as 23 incubadoras de empresas e os parques tecnológicos BH-Tec e o de Itajubá, estiveram representadas no encontro. 

Com agenda intensa, o grande diferencial do encontro foi trazer aos associados, possibilidades concretas e depoimentos que agreguem valor aos negócios e fomentem o empreendedorismo inovador na sociedade, o que o tornou o encontro extremamente produtivo. O professor Carlos Frederico, que representou o reitor da Ufop, abriu o evento enaltecendo o valor do empreendedorismo dentro da formação acadêmica. “O papel da universidade é impar nesse processo de desenvolvimento. São grandes os desafios e esperamos respondê-los e devolver para a sociedade, produtos de qualidade”. 

Para o presidente da RMI, Paulo Nepomuceno, o encontro foi produtivo e irá gerar bons frutos para a inovação mineira. “Procuramos trazer para os encontros um conteúdo de alto nível e que possa colaborar com os processos de inovação nas incubadoras, universidades e no Estado como um todo. Estamos trabalhando no planejamento estratégico da Rede, e foram levantadas questões importantes, como a capacitação de gestores de ambientes inovadores”.

Durante o evento, a assessora-adjunta de Inovação da Fapemig, Elza Fernandes de Araújo, falou sobre os principais desafios para que empresas e universidades se aproximem e fomentem a inovação no Estado. Preocupados em tornar a inovação mineira forte, foram apontados pontos que promovam cada vez mais o setor, sempre caminhando ao lado das universidades e incentivando a interação com empresas. “A propriedade intelectual é benéfica para todos os setores. Temos que atrelar as pesquisas ao setor empresarial para transformá-las em produtos para a sociedade, não é fácil transformar conhecimento em tecnologia”, comenta a assessora. Elza Fernandes ainda completa, dizendo que o desenvolvimento da inovação empreendedora é um desafio enorme e que está sendo trabalhada efusivamente pela Fapemig, que é o braço fomentador para o desenvolvimento científico e tecnológico do Estado. 



Também foi apresentado no encontro, o sucesso das visitas técnicas a parques tecnológicos da Escandinávia, como parte da delegação mineira convocada pela Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec) e a participação no 28º Congresso Mundial da Associação Internacional de Parques Científicos (Iasp). A gestora executiva de Projetos do BH-Tec - Parque Tecnológico de Belo Horizonte, Mariana de Oliveira Santos,  falou da importância de mostrar os trabalhos que estão sendo feitos em Minas Gerais e de vivenciar experiências que servem de modelo para o Brasil. 

Gestores de ambientes inovadores

Uma das principais demandas apresentadas pelos associados da RMI é a capacitação de gestores para produzir melhores resultados, sendo colocada como um dos principais objetivos de Rede. Para isso, o coordenador do mestrado em Inovação e Empreendedorismo Tecnológico (Miete), João José pinto Ferreira, da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (Portugal) foi levado ao encontro para apresentar o curso, que é referência no setor. O curso promove a formação integrada de gestores e empreendedores por meio de um ensino prático, permitindo o desenvolvimento de competências e conhecimentos com vista à eficaz gestão do conhecimento e inovação para o desenvolvimento de novos negócios. Com isso, foi levantada a pretensão de se abrir um curso de pós-graduação no Estado que siga a mesma linha do Miete. 

Para o superintendente de Inovação Tecnológica da Sectes, José Luciano de Assis Pereira, iniciativas como estas devem ser apoiadas pelo Governo de Estado. “Precisamos investir em capacitação de pessoas para que produtos e processos sejam desenvolvidos com qualidade. O esforço em focarmos neste tipo de projeto é muito importante”, comenta Luciano. 

Próximos passos 

A RMI visa à promoção do empreendedorismo inovador e demais ações para alavancar o desenvolvimento econômico e social de Minas Gerais e vem ganhando cada vez mais força e notoriedade. A Rede vem se revelando pioneira em vários aspectos do desenvolvimento da inovação empreendedora no país. 

O Sebrae-MG apresentou o programa ‘Bota Pra Fazer’, que tem o apoio do Instituto Endeavor Brasil, em parceria com a Ewing Marion Kauffman Foundation – um dos maiores centros de empreendedorismo do mundo. Este programa tem a finalidade de capacitar os gestores das incubadoras e parques tecnológicos para colocar em prática as ideias empreendedoras. E a partir disso, trabalhar multiplicadores que atuem dentro das universidades, para impulsionar a cultura empreendedora e apoiar projetos de pré-incubação. 

A Rede está pautando as reais necessidades dos associados e onde devem ser focadas as ações para compor o seu planejamento estratégico. Durante o encontro, também foi reconhecido o esforço e a importância da Sectes no fortalecimento da Rede. “O Estado, por meio da Sectes é um parceiro importantíssimo dentro da rede, assim como o Sebrae. Temos que dar uma resposta para o Estado, auxiliando-o na elaboração de politicas públicas que nos atendam e que consolidem o trabalho da Rede”, explica o presidente da RMI, Paulo Nepomuceno. 

O Estado trabalha para a ampliação do número de incubadoras de empresas e expansão desses mecanismos de inovação. Para isso já foram investidos R$1,6 milhão, tanto para o fornecimento de recursos humanos, quanto para a estruturação de infraestrutura. As incubadoras associadas à RMI já graduaram 219 empresas, lançaram mais de 1.700 novos produtos e produtos e serviços inovadores no mercado, geraram cerca de 10 mil novos postos de trabalho e faturaram mais de 125 milhões de reais.

Fonte: Sectes

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