quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Incubadoras e parques tecnológicos dos Estados Unidos recebem delegação mineira

Gestores de onze incubadoras de empresas de base tecnológica de Minas Gerais e representantes da Rede Mineira de Inovação (RMI), do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes), instituições organizadoras da iniciativa, participam nesta semana de uma missão aos estados da Carolina do Norte e Texas, nos Estados Unidos. O objetivo é permitir que os gestores das incubadoras mineiras conheçam os processos internos e os fatores de sucesso dos centros de apoio técnico e gerencial às micro e pequenas empresas nascentes nos Estados Unidos e saber como as incubadoras norte-americanas contribuem para o ambiente de inovação. Haverá também oportunidade para discutir possibilidades de cooperação, incluindo intercâmbio de empresas incubadas e benchmarking.


Nessa segunda-feira (23), as incubadoras participaram de reunião com o presidente do Research Triangle Park (RTP), Rick Weddle. O RTP é o maior e mais antigo parque tecnológico em operação contínua nos Estados Unidos e abriga 170 empresas, desde multinacionais como a IBM a spin-outs e start-ups. Localizado nos municípios de Raleigh, Durham e Cary, na Carolina do Norte, o centro de inovação possui uma das maiores concentrações de trabalhadores de alta tecnologia no país, com mais de 52 mil funcionários. As incubadoras mineiras também participaram de reuniões com dirigentes de incubadoras como a First Flight Venture Center.


Segundo o presidente da RMI, Rogério Abranches, algumas das incubadoras que fazem parte da missão "estão até um nível acima em tecnologia de incubação, o que mostra que estamos no caminho certo. As incubadoras de empresas de base tecnológica são muito eficazes e Minas Gerais é referencia no Brasil. Por seis anos consecutivos, seis diferentes incubadoras mineiras conquistaram o prêmio de melhor incubadora do Brasil, mas nesse momento temos que dar um salto de qualidade. O Cerne, novo modelo de gestão que está sendo adotado nas incubadoras em Minas, tem exatamente esta proposta, acelerar a graduação de empresas, mas mantendo a mesma qualidade", disse, referindo-se ao processo atual das incubadoras mineiras, que se preparam para tornar-se um Centro de Referência para Apoio de Novos Empreendimentos (Cerne).


O Cerne é um modelo criado pela Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec) que vai promover melhorias significativas na prospecção, preparação e aceleração dos negócios incubados. Além disso, irá capacitar as empresas incubadas para um efetivo acesso aos seus mercados, prepará-las para a captação de recursos e torná-las ainda mais atrativas sob o ponto de vista do capital empreendedor e de risco. O modelo pretende também garantir a autossustentação das incubadoras, por meio do êxito de mercado das empresas abrigadas. A previsão é que a certificação seja feita em 2012.


"Uma das incubadoras que visitamos hoje aqui nos Estados Unidos é praticamente autossustentável, não recebe mais recursos de governos e consegue se manter. No Brasil, nós temos que pensar muito nisso". Segundo Abranches, “existem incubadoras autossustentáveis e sustentáveis. A sustentabilidade é o mais adequado para o nosso caso em Minas, já que os resultados sociais e econômicos das incubadoras mineiras são tão amplos que, por atender os nossos parceiros, interessa a eles continuar nos apoiando e a nós, incubadoras, continuar recebendo", disse.


"E é também interessante o movimento de parques, especialmente em razão do parque tecnológico que visitamos não estar associado a apenas uma universidade, mas a três instituições de ensino superior. É um conceito comunitário muito interessante, são três municípios coordenando o parque tecnológico com uma clara visão coletiva de desenvolvimento", disse.


Expectativas

 
Segundo o professor Paulo Augusto Nepomuceno Garcia, secretário de Desenvolvimento Tecnológico do Centro Regional de Inovação e Transferência de Tecnologia (CRITT) e Incubadora de Base Tecnológica da Universidade Federal de Juiz de Fora (IBT), a missão é uma ótima oportunidade de visitar instituições reconhecidas internacionalmente, que já tenham know-how no desenvolvimento de empresas de base tecnológica.


"O Brasil hoje passa por um período de crescimento e de interesse por parte de muitos empresários de vários setores e países", disse. Para Nepomuceno, conhecer os processos de proteção do conhecimento nas instituições será muito útil porque a incubadora de empresas sediada em Juiz de Fora tem atualmente um processo de patenteamento internacional aberto. "Temos aqui empreendedores com capacidade muito grande e essa missão poderá permitir que iniciemos cooperação com instituições dos Estados Unidos para trabalharmos no desenvolvimento de tecnologias futuras em áreas bastante diversificadas", garantiu. A IBT/CRITT foi fundada há 15 anos, já graduou 23 empresas de base tecnológica e conta atualmente com sete empresas residentes com padrão de qualidade certificado pela norma ISO e um quadro de 50 colaboradores.


"A intenção é conhecer coisas novas, saber como é o relacionamento das incubadoras dos Estados Unidos com o mercado, e internamente, os benefícios, treinamento e consultorias, ouvir o que eles estão propondo e o que têm para oferecer", segundo a gestora da Incubadora de Empresas de Design (IED) da Universidade do Estado de Minas Gerais, Samantha Cidaley de Oliveira Moreira.


A Coordenadora da Origem Incubadora faz parte da delegação mineira na missão aos Estados Unidos. Participam da missão as incubadoras de empresas Habitat (Fundação Biominas), Incit (Itajubá), O-BH, Inatel, IED/UEMG, CRITT e IBT-CRITT da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

Fonte: RMI - Rede Mineira de Inovação
Texto: Thaís Pontes - Assessora de Comunicação da Sectes

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