O documento “Estudo, Análises e Proposições sobre as Incubadoras de Empresas no Brasil”, desenvolvido pela Anprotec a pedido do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), revela informações importantes sobre o movimento de incubadoras de empresas no Brasil. Lançado na última terça-feira (24), o estudo constatou a existência de 384 incubadoras inseridas em diferentes regiões do país, que juntas abrigam 2.640 empresas.
O secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCTI, Alvaro Prata, apresentou os principais resultados do levantamento durante a 64ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em São Luís (MA), no dia 24 de julho. “Essa iniciativa está dentro da meta de transformar o país em uma potência científica, tecnológica e inovadora”, ressaltou o secretário.
Para a presidente da Anprotec, Francilene Garcia, o estudo assinala um importante momento de reflexão da trajetória do empreendedorismo inovador brasileiro e ajudará a avançar na proposição de ações e programas mais alinhados com o cenário atual do movimento no país. “Neste ano, o movimento de incubadoras no Brasil completa 25 anos de trajetória e apresenta resultados expressivos em todas as regiões do país, destacando-se como uma excelente alavanca para a promoção do empreendedorismo inovador”, afirmou.
Empreendedorismo
Segundo o estudo, o perfil das incubadoras é prioritariamente tecnológico: 67% possuem foco nessa finalidade. “As incubadoras geram tecnologias vitais aos setores empresarias prioritários para o país e promovem o desenvolvimento social e regional”, afirmou Alvaro Prata. O faturamento anual das empresas incubadas gira em torno de R$ 533 milhões. Já as 2.509 empresas graduadas (aquelas que já concluíram o processo de incubação) geram atualmente 29.205 postos de trabalho e faturam cerca de R$ 4,1 bilhões anualmente.
O levantamento também constatou que 55% das empresas incubadas desenvolvem produtos que são inovadores em âmbito nacional, 28% inovam para a economia local e 15% produzem inovações para o mercado internacional. Apenas 2% das empresas incubadas afirmaram que não inovam.
Mais da metade (58%) das empresas têm como foco o desenvolvimento de novos produtos ou processos oriundos de pesquisa científica e 38% apontaram a inserção em arranjos produtivos locais (APLs) de alta tecnologia como uma de suas prioridades. “O estudo trouxe a percepção de que podemos enxergar as incubadoras como plataformas locais de desenvolvimento. Temos um movimento que caminha para a interiorização, apoiando o desenvolvimento de segmentos vocacionados que ajudam a dinamizar a economia local”, explicou a presidente da Anprotec, Francilene Garcia.
Quanto à área de atuação, foi apurado que 52% das incubadoras atuam na área de prestação de serviços, 43% na área industrial e 5% no setor de agricultura e agroindústria – e que todas elas têm como objetivo o aumento do emprego e renda e de melhoria da competitividade local.
O estudo também apresenta os resultados de um benchmarking de experiências internacionais, que buscou analisar quais são as principais características das incubadoras de outros países. Essa análise da experiência mundial revelou que o setor de incubadoras de empresas brasileiro encontra-se entre os maiores e possui estrutura semelhante à dos países analisados.
Investimentos
O governo exerce o papel de orientador e financiador de iniciativas para implantação e operação de novas incubadoras. Nesse contexto, o ministério e suas agências de fomento já disponibilizaram R$ 53,5 milhões, entre 2003 e 2011, contemplando 341 projetos das empresas incubadas.
Apenas em 2011, a Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (Setec/MCTI), em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI), lançou uma chamada pública de apoio às incubadoras de empresas no valor de R$ 6,5 milhões. Foram recebidas propostas de 139 incubadoras de todo o país, sendo 51 da região Sul, 39 da Sudeste, 27 da Nordeste, 12 da Centro-Oeste e dez da norte. A seleção contemplou 28 delas.
Para a presidente da Anprotec, o estudo possibilita que esses investimentos sejam feitos de forma cada vez mais estratégica e objetiva. “Com os resultados do estudo poderemos aprofundar as relações institucionais de parcerias já em operação e atuar de forma focada em prioridades estratégicas para a consolidação do movimento no Brasil”, avaliou.
As discussões sobre os resultados do estudo poderão ser aprofundadas durante o XXII Seminário Nacional de Parques Tecnológicos e Incubadoras de Empresas - que acontecerá em Foz do Iguaçu de 17 a 21 de setembro deste ano – e reunirá gestores de incubadoras e de parques tecnológicos, além de outros agentes do movimento nacional de empreendedorismo e inovação.
Leia a versão resumida do relatório técnico do estudo emhttp://www.anprotec.org.br/ArquivosDin/Estudo_de_Incubadoras_Resumo_web_22-06_FINAL_pdf_59.pdf
Fonte: Anprotec.
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