ClearSale perdeu quase todos os funcionários, mas soube dar
a volta por cima e hoje fatura R$ 29 milhões por ano
Antes de abrir a ClearSale, empresa de autenticação de
compras virtuais fundada em 2001, o empresário Pedro Chiamulera foi atleta
olímpico – disputou provas de 100 e 400 metros com barreiras nos jogos de
Barcelona e Atlanta. “Com o esporte, aprendi que o resultado depende unicamente
do meu esforço. O resto é desculpa”, garante.
É por isso que Chiamulera, formado em ciências da
computação, não dá bola para adversidades. É um otimista nato e o modelo de
negócio de sua empresa nada mais é do que a materialização desse otimismo.
Enquanto os concorrentes partem do pressuposto de que todo
consumidor na internet pode ser um potencial fraudador, a ClearSale procura
seguir a lógica inversa. “Nós acreditamos que a maioria é boa, assim, nosso
foco é aprovar as compras dos bons compradores”, explica Pedro Chiamulera.
Ao adotar essa postura, a ClearSale consegue liberar as transações autênticas rapidamente e impede que as lojas online percam vendas, além de evitar o constrangimento de clientes idôneos. Graças a sua ampla base de dados (fornecida pelos próprios varejistas) e a um sistema inteligente de análise das informações fornecidas, o procedimento acarreta redução das fraudes nas transações.
Ao adotar essa postura, a ClearSale consegue liberar as transações autênticas rapidamente e impede que as lojas online percam vendas, além de evitar o constrangimento de clientes idôneos. Graças a sua ampla base de dados (fornecida pelos próprios varejistas) e a um sistema inteligente de análise das informações fornecidas, o procedimento acarreta redução das fraudes nas transações.
Os resultados positivos fizeram a ClearSale conquistar a confiança das maiores lojas virtuais do País. Dessa maneira, o faturamento pulou de R$ 1 milhão em 2007 para R$ 29 milhões durante o ano passado.Mas nem sempre foi fácil manter o otimismo. Durante anos, a empresa só patinou. Construía todo tipo de software e contratava mão de obra barata para praticar preços baixos. Em alguns meses, faturou apenas R$ 600. Seu pior momento foi em 2005: com o mercado de tecnologia aquecido, 23 dos 25 funcionários receberam propostas de trabalho e pediram demissão.
Chiamulera não esmoreceu. E atualmente até acha que a
debandada de empregados teve seu lado positivo. “Quando todo mundo foi embora,
restaram apenas os funcionários que cuidavam de um projeto de combate à
fraudes”, conta. “Agarramos esse bote e isso nos deu um foco.”
Na nova fase, a atuação de Bernardo Lustosa, hoje sócio do
negócio, mostrou-se decisiva. Ele é autor do modelo estatístico de combate à
fraudes e funciona como uma espécie de contraponto à personalidade de
Chiamulera: enquanto o ex-atleta exerce sua criatividade, Lustosa trata da
gestão do empreendimento.
A união dos sócios, na verdade, deu sustentação ao projeto
da ClearSale e permitiu sua reconstrução. “Passamos a questionar as nossas
próprias motivações para seguir adiante. Isso nos mostrou que era importante
também questionar a motivação dos outros”, conta Chiamulera.
Hoje, a pergunta ‘Qual é o seu tesão?’ é a primeira feita a
quem for contratado pela ClearSale. “A empresa precisa se encaixar nos projetos
pessoais de nossos funcionários. Eles devem ficar conosco porque isso faz
sentido para suas vidas, e não apenas por dinheiro”, diz Chiamulera.
Ao motivar os empregados com diversos tipos de treinamentos
e dar oportunidades de ascensão na empresa, a ClearSale consegue reter 350
profissionais em seus quadros. “Este número o Pedro gosta de ver crescer”,
conta Lustosa. “Quando falo do faturamento, ele nem se empolga.”
Fonte: Estadão PME
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