segunda-feira, 31 de maio de 2010

Continuemos com o Plano Financeiro!

Investimento Inicial

Especifica-se neste item os custos com as instalações, suprimentos, equipamentos e mobiliário necessários para a implantação do negócio. Estas especificações ajudam no levantamento do investimento fixo - ativo permanente - necessário para implantação da empresa.

Receitas

O empreendedor já definiu a projeção das suas vendas esperadas, para o horizonte de cinco anos. Com estes dados em mãos, juntamente com a determinação do preço a ser praticado pelo seu produto ou serviço, poderá visualizar suas vendas em termos de valores.

Custos e Despesas

O empreendedor deve levantar todos os valores que serão despendidos para a produção do produto/serviço que a empresa propõe. Tanto custos de produção quanto as despesas relativas ao suporte à produção, como à administração, vendas etc.

Estas despesas poderão ser denominadas de fixas ou variáveis. A diferenciação entre ambas é a sua relação direta com o volume de produção/vendas ou não, isto é, as despesas variáveis irão sofrer acréscimos (ou decréscimos) proporcionalmente ao aumento (redução) do volume produzido/vendido, enquanto que as fixas poderão ter aumentos, mas não diretamente proporcionais à produção/vendas.

Fluxo de Caixa

O fluxo de caixa tem como objetivo básico, a projeção das entradas (receitas) e saídas (custos, despesas e investimentos) de recursos financeiros por um determinado período de tempo. Com o fluxo de caixa, é possível de identificar se haverá excedentes ou escassez de caixa durante o período em questão, de modo que este constitui um importante instrumento de apoio ao planejamento da empresa (especialmente na determinação de objetivos e estratégias).

Evidentemente não haverá condições de executar-se um plano sem disponibilidade financeira para tal. A partir das informações levantadas nos itens anteriores, juntamente com investimentos adicionais que porventura venham a ser feitos e retirando-se itens não monetários (quando não existe o efetivo pagamento da despesa, é somente um valor contábil. Ex.: depreciação), o fluxo de caixa pode ser montado.

Demonstrativo de Resultados

Baseado nos valores já identificados, relativos às entradas e saídas da empresa, o empreendedor poderá utilizar o "Demonstrativo de Resultados" para chegar à lucratividade de seu negócio.

A partir daí, terá condições de apurar informações cruciais, como o retorno que terá sobre o capital investido na empresa e o prazo de retorno sobre o investimento inicial.

É fundamental para que se avalie o grau de atratividade do empreendimento.

Exemplo: você investiria anos de sua vida num negócio que não pode lhe oferecer retorno melhor que uma aplicação financeira de baixo risco?

Ponto de Equilíbrio

O cálculo do ponto de equilíbrio ajuda o empreendedor a encontrar qual o nível de vendas em que a receita será igual a todas as saídas de caixa da empresa. Isto é importante porque indica qual o nível mínimo de vendas que a empresa deverá manter para que não opere com prejuízo.

Exemplo: De uma forma simplificada poderemos identificar o Ponto de Equilíbrio (PE) através da seguinte fórmula: PE=Despesas Fixas ($)Receitas ($) - Despesas Variáveis ($) Receitas ($)

Considerações Finais

No caso de empresas já constituídas, é conveniente apresentar o balanço patrimonial, que possibilita a visualização das disponibilidades e obrigações de curto e longo prazo da empresa e, assim, uma avaliação da solidez da empresa.

Sugestão de Referência Bibliográfica:
Zdanowicz, Jose Eduardo. Planejamento Financeiro e Orçamento, 4ª Ed. Editora Sagra-Luzzatto, 2001. 157 p.

Estamos chegando à reta final do III Concurso de Plano de Negócios

Caros Candidatos,

Estamos chegando à reta final da elaboração dos Planos de Negócios!

Como estão caminhando? Gostaríamos de nos reunir com vocês para batermos um papo!Tirarmos algumas dúvidas!

Enfim, conversarmos um pouco mais sobre o concurso. O que acham?

Esperamos um representante de cada grupo no dia 02/06/2010, às 17h, aqui no auditório do i.tec.

Gostaríamos que vocês confirmassem a presença, informando o nome de quem participará da reunião e a equipe, através do email origem@origemincubadora.com.br.

Aguardamos vocês!

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Caneta e Papel na mão para formalizar o seu Plano Financeiro!

Muitas vezes ao chegar ao planejamento financeiro, surgem algumas resistências, receios e dúvidas ao empreendimento. É o famoso frio na barriga!

Nessas horas é preciso ter paciência e frieza, é um momento de voltar a falar em busca de informações, pois a informação pertinente sempre ajuda, e se necessário voltar às etapas já cumpridas e rever algumas ações previstas e re-adequar a uma realidade até então despercebida.

Nenhum projeto, planejamento, ou qualquer idéia colocada no papel é dado como finalizado instantaneamente assim que é redigido. Sempre é necessário rever alguns, conceitos, opiniões; acrescentar uma coisa ali ou outra aqui, e com um plano de negócios não é diferente, o ir e vir em uma das etapas do projeto faz parte do processo de desenvolvimento da ideia.

Por isso, não tenha receio de ir em frente, inúmeras idéias que estão em práticas no mundo hoje já foram julgadas como inviáveis, muitas vezes revistas, passaram por algumas mudanças que as tornaram viáveis e hoje são sucesso!

No caminho que você tem trilhado irá encontrar perguntas chave pela frente a serem respondidas:

· Quanto será necessário para iniciar o negócio?

· Existe disponibilidade de recursos para isto?

· De onde virão os recursos para o crescimento do negócio?

· Qual o mínimo de vendas necessário para que o negócio seja viável?

· O volume de vendas que a empresa julga atingir torna o negócio atrativo?

· A lucratividade que a empresa conseguirá obter é atrativa?

O Plano Financeiro é onde você planeja quanto sua empresa terá de gastos fixos e variáveis durante o mês, quanto ela gerará de receita e quanto restará de lucro após deduzir as despesas.

Exemplo: Através deste plano você pode saber antecipadamente se faltará dinheiro em caixa para pagar as despesas (e assim já planejar como serão os empréstimos que você teria que tomar para honrar os pagamentos) ou se sobrará dinheiro (e assim já planejar onde investirá este lucro).

Se for preciso mude! Desistir jamais!

Sugestão de Referência Bibliográfica:
Camargo, Camila. Planejamento Financeiro, 2ª Ed. Editora IBPEX, 2007. 157 p.

SBRT funciona como banco de dados de inovação para MPEs

Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas, iniciativa gratuita via Internet do MCT, identifica a demanda tecnológica do empreendedor e fornece soluções para problemas simples

O Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas (SBRT) funciona como importante banco de dados de conhecimento e inovação tecnológica para as micro e pequenas empresas. O SBRT já conta com mais de 10 mil respostas técnicas sobre os mais diversos assuntos e tem o Sebrae como uma de suas instituições mantenedoras. O SBRT participa do circuito da Feira do Empreendedor e terá um estande no evento de Goiânia, que acontecerá de 10 a 13 de setembro.

Wilson Alves, produtor rural de Anápolis (GO), já se beneficiou dos serviços do SBRT. Ele é proprietário da Ideale Alimentos, uma pequena indústria que vende legumes congelados. Em sua propriedade, Alves planta mandioca e pensava em usar as sobras da raiz para produzir carvão. Recentemente, enviou uma pergunta ao serviço para saber se existia viabilidade no processo. "Eles me responderam que não havia estudo a respeito, porém, disseram que eu poderia usar o subproduto da mandioca para alimentar suínos", conta o empresário.

O produtor de Anápolis agora pensa em expandir seus negócios com a suinocultura, usando as dicas do SBRT. "O material que me enviaram é bem explicativo. Fala de resultados, sobre o ganho de peso nos animais e da composição desta fonte de alimentos", revela. "O SBRT é muito importante para nós, que somos pequenos, pois oferece um serviço eficiente e sem custos", elogia.

José Márcio Rabelo, de Brasília, pensa em montar um pequeno negócio de criação de frangos e utilizou o SBRT para buscar subsídios para a empreitada. Ele consultou o serviço para saber sobre a viabilidade de se utilizar o esterco seco das aves em substituição à palha de arroz para forrar o chão. Com isso reduziria custos. "Eles me responderam que não haveria problema sanitário em usar o esterco", diz. Rabelo lembra que a resposta técnica veio em 15 dias. "Achei o sistema interessante para quem quer melhorar ou implementar algum processo em sua empresa", afirma.

O SBRT surgiu em novembro de 2004. Na ocasião, o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) convidou um grupo de instituições para facilitar o acesso das micro e pequenas empresas ao conhecimento tecnológico. O SBRT é patrocinado pelo MCT, Sebrae, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict).

Além de mantenedor, o Sebrae leva ao SBRT demandas dos empresários, por meio de seus pontos de atendimento no Brasil inteiro. O atendente identifica a demanda tecnológica do empreendedor. Caso haja uma resposta no banco de dados, o funcionário do Sebrae imprime e entrega ao cliente. Se não, o atendente pode postar a pergunta no site do SBRT (www.respostatecnica.org.br) ou encaminhar o empresário para que faça isso. Todo o atendimento no SBRT acontece gratuitamente via web. A resposta vem por e-mail e pode levar até 20 dias úteis para chegar.

Os responsáveis pelas respostas são as chamadas Instituições Provedoras de Conteúdo, grupo do qual fazem parte a Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais (Cetec), o Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Universidade de Brasília (CDT/UnB), a Rede de Tecnologia do Rio de Janeiro (Redetec), a Rede de Tecnologia da Bahia - Instituto Euvaldo Lodi (Retec/IEL), o Senai/RS, o Senai/AM, o Senai/SP, o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) e a Agência USP de Inovação (USP/DT).

Na opinião de Ivana Lima, coordenadora pelo Sebrae da parceria com o SBRT, o serviço tem uma importância muito grande para as micro e pequenas empresas. "Além de ser uma ferramenta sem custos, traz informações bastante úteis, que muitas vezes podem significar a alavanca que aquele negócio precisa", observa.

Para Ivana, a presença na Feira do Empreendedor, onde há um grande fluxo de empresários e candidatos a empresários, ajuda a divulgar o SBRT. "Muita gente não sabe que pode ter o serviço à sua disposição e como esta ferramenta é capaz de ajudar a desenvolver a sua empresa", observa.

Eduardo Matos, coordenador da equipe que produz as respostas técnicas do SBRT pelo CDT/UnB, também acha que a Feira do Empreendedor significa uma oportunidade de dar visibilidade ao SBRT. O CDT/UnB é responsável pelos atendimentos do serviço nas Feiras do Empreendedor do Distrito Federal, Mato Grosso e Goiás. "É estratégico participar da Feira, onde mostramos como funciona o serviço", explica Matos. No Distrito Federal, houve 45 atendimentos e no Mato Grosso, 28, durante a Feira do Empreendedor

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Falta de qualificação dificulta preenchimento de vagas de trabalho no Brasil, mostra pesquisa

Entre os empresários brasileiros, 64% disseram ter dificuldades para preencher vagas com profissionais qualificados

Cerca de dois terços dos empregadores no Brasil têm dificuldade de encontrar pessoas qualificadas para preencher vagas, segundo pesquisa realizada pela consultoria internacional de recursos humanos Manpower. As informações são da BBC Brasil.

A pesquisa ouviu mais de 35 mil empregadores em 36 países e segundo a pesquisa a falta de mão de obra no Brasil só não é maior do que a do Japão. Entre os empresários brasileiros, 64% disseram ter dificuldades para preencher vagas com profissionais qualificados. No Japão, esse percentual foi de 76%. A média dos 36 países pesquisados foi de 31%.

O estudo diz que a crise econômica mundial a partir de 2008 ajudou a reduzir o problema na maioria dos países. Em 2006, a média de empregadores que não conseguia encontrar profissionais qualificados em quantidade suficiente era de 40% nos países pesquisados.

Nos Estados Unidos, esse percentual caiu de 44% para 14% entre 2006 e 2010. Na Irlanda, país com menor escassez declarada de mão de obra qualificada, com 4% hoje, tinha 32% em 2006. Na Grã-Bretanha, o percentual caiu de 42% em 2006 para 9% em 2010. A Espanha, outro país fortemente atingido pela crise, teve o percentual reduzido de 57% em 2006 para 15% neste ano.

Contudo, muitos países em desenvolvimento, que foram menos atingidos pela crise mundial, viram a escassez de mão de obra qualificada aumentar. Na Argentina, 41% dos empregadores afirmavam ter dificuldade de preencher seus cargos com gente qualificada em 2007, primeiro ano em que o país aparece na pesquisa. Em 2010, esse percentual aumentou para 53%.

Na China, o percentual era de 24% em 2006, caiu para 15% em 2008, mas subiu a 40% em 2010. Na Índia, houve um aumento foi menor, de 13% em 2006 para 16%, depois de chegar a 20% em 2009.

Da Agência Brasil de Notícias

segunda-feira, 17 de maio de 2010

O PLANO DE MARKETING

O Plano de marketing é um documento escrito, um “mapa da empresa” quanto ao seu negócio e aos objetivos, metas e ações que serão adotadas, sendo assim, a relação da empresa com mercado e seus clientes ao longo do tempo. Ao passo de uma boa elaboração deste documento, a empresa apresentará nortes bem definidos para todos os stakeholders, o que propicia inúmeros benefícios quanto ao atendimento das metas estabelecidas.

A elaboração do Plano de Marketing é a etapa mais crítica do processo, pois vai depender da crença, da disponibilidade e do empenho da equipe envolvida. Aliás, é interessante colocar, quanto maior a participação da equipe - desde que haja produtividade no processo - melhor será o documento final que mostrará o caminho a ser percorrido bem como os obstáculos a serem superados.

O Planejamento de Marketing bem elaborado proporciona imprescindíveis benefícios para as empresas, pois agrega conhecimentos sobre o negócio. Exemplo:

· Define o perfil dos consumidores/público alvo;

· Identifica os limites e amplitudes do mercado;

· Mapeia os concorrentes e suas ações;

· Identifica as oportunidades e previne contra ameaças;

· Indica alianças estratégicas com fornecedores e parceiros;

· Define os canais de distribuição e divulgação dos produtos / serviços.

Existem diversos escopos de um plano mercadológico, principalmente, por este plano ser elaborado de acordo com as especificidades da respectiva empresa. Porém, é interessante ressaltar que todo plano deve conter os seguintes elementos:


Elementos

Abordagem de Informações

Análise da Situação

Determina como a empresa esta posicionada em todos os aspectos, ou seja, como ela está atuando atualmente. Uma importante ferramenta/metodologia que auxilia nesta elaboração é a Análise SWOT*.

Objetivos

Determina onde a empresa quer chegar.

Estratégias de Marketing e Promoção

Determina quais ações devem ser tomadas para o alcance do objetivo. A ferramenta indicada nesta etapa é a Análise do Composto de Marketing*.

Orçamento

Identifica o dispêndio em relação ao investimento necessário às ações definidas.

Monitoramento e Controle

Identifica o feedback sobre as ações e mede a eficácia das mesmas. Neste etapa os relatórios internos e pesquisas de mercado, dentre outras, são importantes fontes de informação.

*Os conceitos das respectivas metodologias serão apresentados no tópico CONCEITOS COMPLEMENTARES.

Tendo em vista as informações supracitadas, podemos sugerir como esboço para o Plano de Marketing a seguinte estrutura. Vale ressaltar que esta estrutura deve ser adaptada as necessidades da empresa em questão.

PLANO DE MARKETING

1. ANÁLISE DA SITUAÇÃO

1.1. Análise do Mercado

1.2. Análise do Consumidor

1.3. Análise Competitiva

1.4. Análise de Oportunidade

2. OBJETIVOS

2.1. Objetivos de Vendas

2.2. Objetivos de Lucratividade

2.3. Objetivos de Posicionamento

3. ESTRATÉGIA

3.1. Estratégia Global ou Macro

3.2. Composto de Marketing

4. ORÇAMENTOS

4.1. Custo das Ações Estabelecidas

4.2. Demonstrativo do Impacto Financeiro

5. MONITORAMENTO E CONTROLE

5.1. Análise de Desempenho

5.2. Feedback de Informações dos Consumidores

Após analisarmos o quê e como é elaborado o Plano de Marketing, conclui-se que este tornou-se uma ferramenta imprescindível para as empresas que almejam um bom posicionamento no mercado, perante fornecedores, concorrentes e, principalmente, os clientes e os consumidores em potencial.

Por fim, um Plano bem elaborado, a boa implementação das ações traçadas, bem como o alcance das respectivas metas proporcionará à empresa a consolidação ao longo prazo.

CONCEITOS COMPLEMENTARES

Análise SWOT

A Análise SWOT é uma metodologia de análise estratégica que avalia a situação do mercado/setor e da empresa. Esta metodologia, que geralmente é descrita em termos da língua inglesa, representa os pontos fortes e os pontos fracos da empresa (Strengths and Weaknesses) e as oportunidades e as ameaças do mercado (Opportunities and Threats).

Essa matriz vem sendo muito utilizada para elaboração de planejamentos pois, proporciona visões que, na hipótese de serem ignoradas, podem levar ao fracasso do projeto como um todo.

Composto de Marketing

Primeiramente, é importante informar que existem algumas denominações acerca do Composto de Marketing, como Mix de Marketing ou Análise dos 4P’s.

O Composto de Marketing é a análise do ambiente que pode, direta ou indiretamente, prejudicar o alcance das metas estabelecidas no Plano Mercadológico.

Os elementos analisados são:

· Produto;

· Preço;

· Praça (Localização e Distribuição);

· Promoção (Publicidade / Propaganda / Comunicação).

Retirado de: A Importância do Plano de Marketing para o empreendimento. Fernando Warner de Almeida Expedito, Administrador de Empresas.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Mulheres conquistam espaço e já empreendem mais do que os homens.

Elas entraram no mercado de trabalho para mudar os negócios. Dados do IBGE mostram que em seis anos houve um crescimento de 19% na participação da mulher neste meio. Hoje elas já representam 45% da população ocupada das cinco regiões metropolitanas pesquisadas pelo instituto. As mulheres são também maioria quando o assunto é empreendedorismo.

A Pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM 2008) mostra que em 2007 e 2008 as brasileiras abriram mais empresas do que os homens. Das 14,6 milhões de pessoas que realizam atividades empreendedoras no País, mais da metade – o equivalente a 52% – é mulher. Com a maior participação feminina, o Brasil conquistou espaço no cenário mundial e é considerado, segundo o estudo, o 13º país mais empreendedor do mundo.

A opção das mulheres por empreender está relacionada a um novo estilo de vida. Elas desejam independência financeira, horários de trabalho mais flexíveis e um modelo corporativo mais dinâmico. Para Marlene Ortega, conselheira do Business Professional Women (BPW) – associação que congrega mulheres de negócios em todo o mundo – e sócia-diretora do Universo Qualidade, empresa especializada em treinamentos, a mulher de hoje quer montar o seu próprio negócio e dar a ele o tom moldado por seus valores.

“Acredito que as mulheres estão empreendendo melhor a própria vida, e quando entram no mercado de trabalho e se deparam com um ambiente corporativo masculino muito competitivo, elas deixam para trás a pressão para investir em negócios próprios.”

Para Marlene, as mulheres costumam mudar também a gestão dos negócios. Isso porque elas são mais flexíveis e preocupadas com o meio ambiente e as pessoas que estão ao seu redor. “Nós queremos qualidade de vida, saúde, queremos ser capazes de conciliar as coisas e não competir o tempo todo.” Ela explica que na hora de montar a própria empresa a mulher se preocupa mais em saber quais são as dificuldades e as facilidades que vai encontrar e, assim, é mais cautelosa e cooperativa. “Seu objetivo costuma ser sempre agregar valor social ao produto ou serviço que ela vende. Dessa forma, ela costuma pensar mais em gerar bens para outros, pensar na sociedade, nos filhos e em outras mulheres”, afirma.

O aumento nos anos de estudo – desde 2001 elas são também maioria nas universidades – tem proporcionado às mulheres conquistar espaços antes dominados por homens em profissões que requerem alta especialização, como o de inovação e tecnologia. A bióloga Fabiana Medeiros, por exemplo, transformou sua pesquisa de mestrado e doutorado em desenvolvimento de ensaios pré-clínicos in vitro em negócio no Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec) de São Paulo. Depois de dar aula na Universidade Federal de Uberlândia, ela investiu na sua área e montou o laboratório pré-clínico Biosintesis em 2003.

O empreendimento ficou até 2005 em um processo de pré-incubação, depois mais três anos como residente na incubadora e hoje é uma empresa graduada especializada na prestação de serviços de avaliação biológica in vitro, cultura de células e tecidos. “Acho que a empresa nem teria existido sem a incubação. Todo o processo de criação, desde a mobilização até mostrar que esse era um negócio viável, só foi possível com o auxílio da incubadora”, afirma .

Quando começou, Fabiana conta que havia poucas mulheres à frente de empresas na Cietec. “A incubadora tinha cerca de 120 empresas quando eu entrei. Dessas, apenas 10% eram de mulheres, hoje aumentou bastante.” A empresária conta que cresceu também o número de mulheres com especialização nesse setor. Ela afirma que, quando faz seleção para novos funcionários, geralmente são as mulheres as mais interessadas e preparadas para a vaga. Mesmo afirmando não ter preferência por trabalhadores homens

ou mulheres, ela diz que contrata mais a mão de obra feminina. “Nesse trabalho de ensaio laboratorial é preciso estar atento aos detalhes, e eu acho que a mulher é mais detalhista, tem mais paciência e organiza melhor o seu tempo de trabalho”, explica.

Incit

Em Minas Gerais, Geanete Morais, gerente de Incubadora de Empresas de Base Tecnológica de Itajubá (Incit), também tem percebido a maior participação feminina em incubadoras tecnológicas. “De 2006 para cá eu percebi um aumento de cerca de 70% na procura de mulheres por empreender na incubadora.” Hoje, duas empresas incubadas são chefiadas por mulheres. No acompanhamento do trabalho delas, Geanete considera que a mulher é mais dinâmica e proativa. “Elas são muito cautelosas para ações, mas são dinâmicas nas atitudes.”

Dados da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec) mostram que as mulheres representam 48% dos trabalhadores que ocupam cargos de chefia em incubadoras e parques tecnológicos e 13% dos cargos administrativos. É o caso de Geanete. Funcionária pública durante 26 anos, mudou sua vida depois que foi convidada para participar da criação do Programa Municipal de Incubação Avançada de Empresas de Base Tecnológica (Prointec) na cidade de Santa Rita do Sapucaí, em Minas Gerais.

A documentação da incubadora ficou pronta em agosto de 1999, e em novembro do mesmo ano dez empresas já estavam incubadas. Em quatro anos de funcionamento, a Prointec foi eleita a melhor incubadora de base tecnológica do País pela Anprotec. O trabalho da prefeitura e de Geanete foi ainda reconhecido pelo prêmio Prefeito Empreendedor, em 2001, pelo Sebrae.

Fonte: Revista Empreendedor