quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Nas eleições que cidade você quer para seu negócio? Que cidade queremos ter?


Empreendedores precisam se organizar para pedir medidas de desenvolvimento à próxima administração

Por André Martins*

O tema das eleições municipais não poderia faltar na coluna. Não para falar de política partidária, mas da política que pode fazer de São Paulo uma cidade capaz de promover e apoiar o empreendedorismo e a inovação. 

Como os empreendedores da cidade de São Paulo se sentem quando vão abrir um comércio na rua, um escritório de serviços, uma pequena fábrica, uma empresa de tecnologia etc.? São encarados como “inimigos” do município. Isso não é uma política desta ou de outra administração. É uma política vigente há muito tempo em nossa cidade. 

O que queremos do próximo prefeito? Queremos atenção àqueles que promovem a geração de empregos e de desenvolvimento e pagam impostos para a cidade. Para isso, o próximo prefeito tem que inovar, ser ousado e tirar a burocracia municipal da atual zona de conforto. Precisa adotar uma política que possa deixar claras as regras, e que sejam poucas regras, para os novos negócios na cidade. Regras claras exigem, além da vontade do prefeito, gestores públicos capazes e com ferramentas para atuar. Existem institutos especializados em melhorar a gestão pública com objetivo de ganhar a eficiência necessária para promover um movimento de geração de novas empresas na principal cidade da América Latina. 

Uma licença pode demorar alguns anos para ser obtida (você, empreendedor, sabe bem disso), o que faz com que parte dos negócios fique na informalidade, alimentando o círculo vicioso que não gera estatística positiva, não emprega mão de obra formal, não recolhe tributos etc. Para refletirmos, e até mesmo cobrar do próximo prefeito, penso em uma medida para acelerar as autorizações de funcionamento das empresas. Isso traria segurança jurídica e estimularia a formalização dos negócios. O município precisa ter como princípio atrair as empresas formais, não espantá-las. Um dos grandes problemas é enfrentar a máquina instalada para fiscalizar, onde se fixam alguns maus servidores e, consequentemente, cria-se um terreno propício para a corrupção. 

Outro ponto é estimular centros de informática a se tornarem centros de startups. Existe um projeto desse tipo em andamento, gerido pelo empreendedor Marcelo Pimenta, com o objetivo de transformar lan houses em incubadoras. Esses centros poderiam ser incentivados a ocupar as áreas de maior densidade residencial – assim tratando também de um segundo (e grave) problema, a mobilidade. Se as pessoas puderem trabalhar perto de suas residências, diminuiremos significativamente os deslocamentos e consequentemente o trânsito. 

Também desejável seria a promoção de eventos de intercâmbio cultural com cidades e países que já implantaram áreas de desenvolvimento de novas empresas. Ou ainda a criação de uma secretaria que tivesse como missão abrir a cidade para as oportunidades de investimento entre o público e o privado, focada nas micro e pequenas empresas. 

Tenho certeza de que você já teve ou já ouviu muitas outras ideias. Não vou me alongar, mas concluir com um chamado. Podemos fazer política sem sermos políticos. Basta que cobremos que os políticos façam aquilo que achamos correto. Para isso devemos nos organizar e encaminhar nossos motivos e avaliações ao poder público. A cidade, a política e todos nós ganharemos muito com uma sociedade organizada. 

* André Martins é presidente da VB Serviços e do JLIDE e sócio do Ponto de Contato e Filmland


Fonte: PEGN online. 


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