Quando pensamos na associação da tecnologia com sustentabilidade, logo nos vêm à mente as inúmeras novidades que aliam aparatos tecnológicos ao meio ambiente, são aparelhos como carregadores de bateria movidos a energia solar, relógios a água, dispositivos que controlam automaticamente a quantidade de água sendo consumida em cada equipamento na casa, entre outros.
Devemos obviamente nos interessar sobre como certas tecnologias sustentáveis poderão trazer redução de custos, além de permitir preservar o meio ambiente, como no caso de softwares para gerenciamento de recursos naturais, de inovações na construção civil ou no agronegócio.
Porém a discussão deve levar em conta muito mais do que apenas esses lançamentos inovadores, deve considerar a questão da ética e da transparência nas relações entre as empresas e seus diferentes públicos, sejam consumidores, fornecedores, funcionários, governo e parceiros, públicos estes que cada vez mais estão interessados em saber o que sua empresa está fazendo ou planeja fazer a respeito de questões como essas.
Com a facilidade de acesso que todos possuem atualmente, fica clara a vulnerabilidade a que as empresas estão submetidas, pois suas políticas estão muito mais expostas, assim como a (in) satisfação dos seus clientes, ou mesmo da sua própria equipe, tudo isso pode ser facilmente transportado para sites ou blogs e, instantaneamente, ser acessado e disseminado na rede. Até mesmo uma falha no processo de produção que ocasione algum prejuízo à sociedade, ou o pronunciamento do presidente da sua empresa, de forma inadequada a respeito de temas sensíveis, podem ser filmadas e rapidamente transmitidas, em forma de viral, e impactar a companhia por meses a fio.
Por que então ainda vemos tantas empresas que não procuram entender esse novo momento? E não se preocupam em saber como atuar de outra forma, visto que isso claramente impactará sua sustentabilidade ao longo do tempo? O tratamento que questões como essas terão e como será difundido pelas companhias é o que alimentará sua permanência ou não no mercado nos próximos anos.
A mudança que se tem observado é que a preocupação com a sustentabilidade tem crescido substancialmente ao passo que as empresas entendem seu impacto nos resultados financeiros, e esse tem sido o caminho mais rápido para fazer os micro e pequenos empresários perceberem a necessidade de iniciar ou fortalecer projetos dessa natureza.
Ou seja, o foco não tem início na preservação do meio ambiente ou algo similar, e sim, na questão da sustentabilidade financeira da própria empresa. Quando os empresários passam a entender que as inovações tecnológicas podem gerar economia de recursos, bem como benefícios à imagem, que impactarão de forma positiva seus resultados, aí sim eles passam a dar maior prioridade ao tema.
Isso não é uma crítica, mas apenas uma constatação que precisa ser compreendida, pois quanto menor for o tamanho da empresa, menor é também sua estrutura, e, portanto, menos tempo o empresário terá para procurar soluções inovadoras ou para se preocupar com a sustentabilidade do planeta, pois ele primeiro tem que fazer com que sua empresa seja auto-sustentável.
Sendo assim, a missão de levar maior conscientização e soluções práticas recai sobre as instituições que agregam esses empresários, para auxiliá-los na árdua tarefa de tornar suas empresas não apenas viáveis como também socialmente responsáveis.
Fonte: Blog da Sandra Turchi - Sandra Turchi é especialista em Marketing digital e E-commerce
terça-feira, 20 de julho de 2010
Tecnologia, sustentabilidade e as Micro e Pequenas Empresas – como sobreviver aos novos tempos
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