quarta-feira, 10 de março de 2010

Elas fazem a diferença

As incubadoras de empresas e parques tecnológicos de todo o país ganham toques especiais com a presença de mulheres à frente de empreendimentos bem-sucedidos. As empreendedoras se destacam por terem um estilo de gestão mais humano e muitas delas acreditam que seu maior desafio é tentar fazer a diferença, melhorando a vida das pessoas e das comunidades em que estão inseridas.

Um exemplo relevante é dado por Marta Vocker, que comanda a Fundação Pensamento Digital. Incubada na Raiar, em Porto Alegre (RS), a instituição promove projetos educacionais em comunidades carentes por meio do uso das Novas Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC). “No início queria ajudar, fazer a diferença, optei por focar em projetos que levassem o acesso a TICs em comunidades menos favorecidas, porque vi um grande potencial de desenvolvimento”, comenta.

Na prática, conclui que a ferramenta era um recurso relevante para fortalecer a educação das populações menos favorecidas: “encantei-me com as possibilidades de desenvolvimento para as pessoas e as comunidades”. E deu certo: a profissional conseguiu mobilizar não só a sociedade gaúcha, mas também organizações internacionais, empresas, universidades e governos em diversas instâncias.

Natália Portellam, da Hollos Consultoria, transformou uma dificuldade pessoal em negócio. Após a faculdade, o reconhecimento profissional passou a ser o seu principal objetivo. Sem dar muita atenção aos sinais de cansaço devido à excessiva dedicação ao trabalho, Natália só percebeu a necessidade da prevenção após descobrir que havia desenvolvido câncer. “Após passar por essa situação, percebi que não existiam programas, ações ou metodologias que desenvolvessem, no nível psicossocial, a importância da promoção da saúde e da prevenção de doenças crônicas”, comenta.

Incubada há cinco anos no Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Universidade de Brasília – CDT/UnB, a Hollos atualmente desenvolve soluções inovadoras para a promoção da saúde nas organizações. A dentista, que viu no empreendedorismo o caminho para alertar pessoas a cuidarem da saúde, tem como palavra de ordem “superação”. Hoje, presta serviços relacionados à gestão do estresse com abordagens preventivas e terapêuticas para diversas empresas.

Há alguns meses, o Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec), em São Paulo, mais uma empreendedora: trata-se de Maju Imai, administradora da Modclima, empresa recentemente recebedora dos recursos do programa Prime da Finep. Maju está envolvida em uma atividade desafiadora e no mínimo curiosa: fazer chover artificialmente.

O objetivo da empresa é conseguir ajudar a controlar a seca de regiões áridas e semiáridas, como o Nordeste do país. A profissional, que constantemente viaja o Brasil, não descansa, pois tem a perspectiva de conseguir alcançar a ousada meta de melhorar a vida de quem vive em regiões castigadas pela seca.

Bióloga, mestre em genética e doutora em biologia molecular com uma carreira de sucesso no serviço público, Jocelei Maria Chies, tomou uma importante decisão ao se aposentar: não parar. Então, ajudou a fundar a empresa Quatro G P&D, que funciona no parque tecnológico Tecnopuc (RS), e hoje desenvolve produtos e processos inovadores na área de biotecnologia. “Sempre acreditei que o meu papel, além de um cargo, é mobilizar e inspirar atitudes empreendedoras, orientar e estimular novas ideias e conectar os jovens para o mundo arrojado, apontando alternativas para o futuro de suas carreiras, pensando sempre em inovação e no empreendedorismo”, comenta.

Neste Dia Internacional da Mulher, a profissional acredita em um pressuposto compartilhado por inúmeras empreendedoras de todo país: “as mulheres que mais avançaram e transpuseram desafios são aquelas que não fizeram da condição feminina a sua batalha, mas usaram e ousaram da sua competência e determinação para prosseguir e ajudar o mundo a se transformar em um local melhor para se viver”.


Fonte: Anprotec/Info-e.

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